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Ilha de Jeju: Patrimônio, Tradição e um Mar de Surpresas

Descubra Jeju como eu vivi: uma ilha vulcânica onde a natureza escultural encontra tradições milenares. Neste artigo, compartilho minha experiência pessoal chegando de navio, explorando o Patrimônio Mundial de Seongsan Ilchulbong, conhecendo o vilarejo histórico de Seongeup e me encantando com cada detalhe — das danças de boas-vindas no porto aos campos floridos no caminho de volta. Um passeio completo por uma das paradas mais surpreendentes da Ásia em rotas de cruzeiro.

ÁSIACORÉIA DO SULJEJUMAR DA CHINA ORIENTAL

The Roaming Purser

3/8/202515 min read

Chegando de Navio: O Impacto Visual da Primeira Chegada

Desembarcar na Ilha de Jeju já começa antes mesmo de o navio atracar. Localizada ao sul da Península Coreana, Jeju é a maior ilha da Coreia do Sul — e é fácil entender por que ela se tornou um dos destinos mais procurados do país.

À medida que a embarcação se aproxima da costa, o cenário muda aos poucos, quase como um convite silencioso: o azul do mar se intensifica, formações rochosas vulcânicas surgem como sentinelas naturais e pequenas ilhotas pontuam o horizonte.

O verde espesso da vegetação cobre as encostas irregulares da ilha, criando um contraste marcante com o mar aberto. É um daqueles momentos em que a natureza te faz parar.

Mas silêncio mesmo não era o que se ouvia do convés. Quando finalmente atracamos, fomos surpreendidos por uma calorosa recepção local: uma apresentação de dança tradicional coreana animava a chegada, com trajes típicos, música vibrante e movimentos coreografados que misturavam força e elegância.

Muitos passageiros assistiam do navio, aplaudindo e filmando o espetáculo — uma prévia cultural da riqueza que a ilha reserva aos visitantes.

Vista do navio para ilha Jeju na entrada do porto.
Vista do navio para ilha Jeju na entrada do porto.
Foto da autora do blog Jeju.
Foto da autora do blog Jeju.

Elisa Magalhães

Vista do navio atracado no Porto de Jeju com apresentação de dança tradicional coreana ao fundo.
Vista do navio atracado no Porto de Jeju com apresentação de dança tradicional coreana ao fundo.

Primeiras Impressões do Porto

O Porto Internacional de Jeju, apesar de não ser dos maiores, é funcional e bem organizado. Assim que se desembarca, é possível notar o cuidado com a experiência do visitante: placas informativas bilíngues (inclusive em inglês), equipe de apoio visível e uma circulação fluida entre os espaços. O cheiro do mar ainda acompanha os primeiros passos em terra firme, junto àquela brisa coreana que já carrega um pouco da energia da ilha.

O terminal oferece Wi-Fi gratuito — ainda que, nos horários de maior movimento, a conexão possa oscilar. Há também áreas de espera cobertas, banheiros limpos e pontos de informação para quem opta por explorar Jeju por conta própria. É notável como a logística foi pensada para facilitar o embarque e desembarque de grupos grandes, especialmente os provenientes de cruzeiros.

Jeju começa assim: com uma chegada que mistura natureza imponente, recepção calorosa e uma estrutura que acolhe sem exageros — o tipo de boas-vindas que não se esquece facilmente.

Arredores do Porto e Acesso ao Centro

O porto está a cerca de 4 km do centro da cidade de Jeju. A caminhada não é recomendada — o entorno imediato do porto não é turístico, e o acesso é melhor feito de shuttle bus (geralmente gratuito) ou táxi. No caminho, já é possível notar a arquitetura local, simples e funcional, com algumas lojinhas e conveniências.

No centro, há casas de câmbio, mercados, cafés e um comércio variado. Mas atenção: o ideal é usar a moeda local (won sul-coreano), tanto para transporte quanto para pequenas compras. Cartões são aceitos em muitos lugares, mas as maquininhas nem sempre funcionam com cartões internacionais.

Paisagem registrada durante o trajeto do Porto de Jeju até Seongsan Ilchulbong.
Paisagem registrada durante o trajeto do Porto de Jeju até Seongsan Ilchulbong.

O Tour para Seongsan Ilchulbong: Uma Jornada até um Patrimônio da UNESCO

Embarquei num tour organizado pelo navio, voltado à assistência dos passageiros. Mesmo em serviço, essa foi daquelas experiências que fazem a gente se lembrar por que ama tanto estar no mar.

O destino era o Seongsan Ilchulbong (Pico do Nascer do Sol), uma cratera vulcânica considerada uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo. A saída foi pontual, com uma guia sul-coreana fluente em inglês que nos acompanhou o tempo todo — do porto até o retorno.

O trajeto em si já é parte do encanto: passamos por vilarejos tranquilos, plantações de colza (um espetáculo amarelo se for primavera), casas tradicionais e aquela paisagem vulcânica que define a alma de Jeju. São cerca de 40 km até Seongsan, num percurso de 1h a 1h20, geralmente tranquilo.

Autora diante do letreiro das 7 Maravilhas Naturais, em Seongsan Ilchulbong.
Autora diante do letreiro das 7 Maravilhas Naturais, em Seongsan Ilchulbong.

Chegando a Uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo

Ainda na estrada, Seongsan já se anuncia. A cratera se ergue ao longe, como um trono natural, dominando a paisagem com imponência. O desembarque é bem coordenado, com espaço de sobra para os muitos ônibus de turismo que chegam a todo momento. O local recebe tanto estrangeiros quanto muitos sul-coreanos, o que reforça a importância do lugar para o próprio país.

Há estrutura básica logo na entrada — banheiros, lojinhas, pontos para lanches rápidos. Aliás, vale lembrar que não é permitido comer em certos pontos da trilha, então o ideal é se preparar antes de iniciar a subida.

O som dominante ali não é o das pessoas, mas sim do vento e do mar batendo nas pedras. É um ambiente que inspira silêncio e contemplação.

Autora no Templo Dong Am Sa, aos pés de Seongsan Ilchulbong.
Autora no Templo Dong Am Sa, aos pés de Seongsan Ilchulbong.

Na Entrada: Templos, Cultura e Lembranças

Antes mesmo da subida começar, a base da montanha guarda uma surpresa tranquila: o Dongamsa Temple, um pequeno e acolhedor templo budista que parece resistir ao tempo. É comum que os tours ofereçam alguns minutos livres nessa área, e vale cada segundo. O caminho até o templo é livre, bem sinalizado, e margeado por jardins cuidadosamente mantidos.

O espaço ao redor do templo é adornado com dezenas de estátuas — muitas delas representando figuras do panteão budista coreano, outras simbolizando oferendas, proteção e sabedoria. A variedade e o estado de conservação impressionam. O jardim é silencioso, com árvores que criam sombra natural, caminhos de pedra que serpenteiam entre esculturas e pequenos altares que recebem orações diárias dos moradores locais.

Do pátio do templo, já é possível ter uma vista parcial da costa de Jeju, o que reforça o sentimento de paz e recolhimento. Tudo ali convida à introspecção, como se aquele espaço pedisse silêncio e presença plena. O Dongamsa não é um ponto turístico comum — ele pulsa cultura viva, espiritualidade e tradição.

Autora na trilha de Seongsan Ilchulbong, em meio à paisagem vulcânica de Jeju.
Autora na trilha de Seongsan Ilchulbong, em meio à paisagem vulcânica de Jeju.

A Trilha da Montanha: Caminho ao Mirante e à Natureza

Logo após a área do templo, começa a trilha que leva ao mirante da Montanha Seongsan Ilchulbong, também conhecida como Sunrise Peak — um dos cartões-postais mais emblemáticos de Jeju. A subida é considerada leve a moderada, especialmente para quem está em boa forma física, e tem cerca de 1 km de extensão.

O caminho alterna trechos de escada de pedra com passarelas de madeira, margeado por vegetação nativa e formações vulcânicas que vão revelando a geologia única da ilha. Durante o percurso, há pontos de descanso com bancos e plataformas de observação, perfeitos para pausar e contemplar o entorno — ou simplesmente recuperar o fôlego. A vista vai se abrindo aos poucos, e cada parada oferece uma nova perspectiva da costa, das falésias e do mar aberto.

O tempo médio de subida gira em torno de 20 a 30 minutos, dependendo do ritmo e das inevitáveis pausas para fotos. Em dias de céu limpo, é possível avistar outras ilhas ao longe. A natureza se impõe em silêncio, e a trilha parece construída para nos lembrar do quanto a paisagem pode ser, ao mesmo tempo, grandiosa e acolhedora.

Formação vulcânica de Seongsan Ilchulbong vista da trilha, com suas encostas verdes.
Formação vulcânica de Seongsan Ilchulbong vista da trilha, com suas encostas verdes.

No Topo: Um Horizonte que Abraça

Chegar ao topo do Seongsan Ilchulbong é ser recompensado com um cenário de tirar o fôlego. De um lado, o mar aberto se estende até onde a vista alcança, em tons de azul profundo; do outro, a cratera perfeitamente circular, coberta de vegetação rasteira, cercada por paredões de rocha vulcânica. A formação é o que restou de uma antiga erupção submarina — uma lembrança geológica da origem vulcânica de Jeju.

Há áreas delimitadas para observação e descanso, de onde é possível contemplar tanto a paisagem quanto a própria trilha que se percorreu. O vento sopra constante, e mesmo com o movimento de visitantes, há uma sensação de respeito silencioso por aquele lugar. O mirante convida à contemplação: não apenas da vista, mas da própria jornada até ali.

É fácil entender por que esse pico é chamado de Sunrise Peak — embora o espetáculo seja bonito a qualquer hora, os primeiros raios de sol nas manhãs claras o tornam um dos lugares mais mágicos da Coreia do Sul.

Haenyeo — as mulheres mergulhadoras de Jeju — vistas do alto do mirante de Seongsan Ilchulbong.
Haenyeo — as mulheres mergulhadoras de Jeju — vistas do alto do mirante de Seongsan Ilchulbong.

Haenyeo: As Guardiãs do Mar de Jeju

Mas o que mais me tocou nessa visita foi ouvir, ali do alto, sobre as haenyeo, as mulheres mergulhadoras da Ilha de Jeju. Nossa guia, visivelmente emocionada, falou com orgulho dessa tradição centenária. São mulheres, muitas delas com mais de 60 ou até 70 anos, que mergulham em apneia — sem cilindros, sem trajes modernos — para colher frutos do mar como ouriços, abalones e polvos.

Essas mulheres enfrentam o mar com a mesma naturalidade com que outras enfrentam o dia a dia de um escritório. Há placas informativas no local explicando essa prática e, dependendo do horário e do tour, é possível vê-las ao longe, em plena atividade. E foi exatamente isso que aconteceu no nosso caso: vimos as haenyeo mergulhando, pequenas figuras flutuando entre as ondas — uma coreografia quase silenciosa, mas carregada de força e resiliência.

Além dos painéis, alguns roteiros oferecem experiências culturais que permitem interações com elas: algumas haenyeo cozinham o que pescam e servem aos visitantes em pequenas refeições simples e típicas, à beira-mar, assim disse o guia. Ver de perto essa tradição viva, ainda pulsando com orgulho e coragem, foi um dos momentos mais marcantes do meu dia em Jeju.

Duração do Tour em Seongsan Ilchulbong

O tour completo costuma durar de 4 a 5 horas, considerando deslocamento e tempo livre no local. É ideal para quem quer conhecer o coração de Jeju com conforto e aproveitamento máximo.

Um Cantinho com Alma de Jeju

Na base de Seongsan, entre a entrada do parque e o início da trilha, há um pequeno conjunto de lojinhas que, à primeira vista, parecem só mais um ponto turístico — mas não se engane. É ali que se encontram objetos que carregam o espírito da ilha: acessórios feitos com pedra vulcânica, esponjas naturais, produtos de beleza que nunca vi em nenhum outro lugar. Comprei alguns e uso até hoje.

Cartões são aceitos na maioria dos estabelecimentos, mas para máquinas de autoatendimento ou compras pequenas, é bom ter um pouco de moeda local. As lojinhas também servem como um ponto de apoio acolhedor: dá pra descansar, tomar uma bebida gelada e observar o movimento. Um daqueles lugares onde a experiência vai além do que se compra — é sobre sentir o ritmo da ilha.

Para quem prefere não subir até o mirante, esse espaço funciona quase como uma varanda com vista para a montanha, onde é possível ficar e aproveitar o momento. A acessibilidade do trajeto completo não me pareceu ideal para cadeiras de rodas, então vale se informar com antecedência caso precise.

Vista do portão de entrada do vilarejo de Seongeup, destacando sua estrutura tradicional e imponente
Vista do portão de entrada do vilarejo de Seongeup, destacando sua estrutura tradicional e imponente

Seongeup: Um Vilarejo Onde o Tempo Respira

E o tour continuou… Saímos de Seongsan Ilchulbong, ainda com o cheiro de mar na pele, e seguimos por cerca de 25 minutos de estrada até um cenário totalmente diferente — não menos impressionante, mas mais calmo, mais profundo, quase suspenso no tempo. Seongeup foi uma surpresa tão boa que eu não esperava me encantar tanto.

É o tipo de lugar que não precisa de muitas palavras para ser descrito; é algo que você sente, reflete e guarda dentro de si.

Chegar a Seongeup foi como atravessar um portal para um tempo distante, onde a resiliência e o amor ainda persistem, sem pressa, sem artificiosidade. O lugar emana uma tranquilidade única, daquelas que nos envolvem lentamente, sem pressa, sem alarde.

Foto da autora explorando o vilarejo de Seongeup, com diferentes ângulos que capturam a essência.
Foto da autora explorando o vilarejo de Seongeup, com diferentes ângulos que capturam a essência.

Onde a Vida Ainda É Vivida

Seongeup não é um museu a céu aberto, embora carregue valor histórico e cultural enorme. É um vilarejo habitado. Gente mora ali. Planta, cria animais, varre a frente de casa e observa os visitantes com aquela mistura de curiosidade e rotina.

Não estamos falando de reconstruções ou encenações: é uma comunidade que ainda preserva os traços da Jeju ancestral, com construções feitas em pedra vulcânica negra, portões baixos, muros grossos, telhados com influência chinesa — pesados, curvos, protegendo contra os ventos fortes e frequentes da ilha.

O Silêncio Entre as Casas

Logo ao entrar, já nos deparamos com caminhos de terra batida, delimitados por pedras empilhadas com precisão quase ritualística. O ar ali tem outro peso. A conversa entre os visitantes baixa de tom quase sem perceber. E quando não há vozes, só se escuta o vento. É um silêncio denso, mas acolhedor, cheio de presença.

Durante a caminhada, os grupos se dispersam lentamente, parando para observar detalhes, tirar fotos, ouvir os guias — mas sempre com respeito. Não se pode tocar nas construções, comer, fumar, jogar lixo ou modificar nada. É como caminhar dentro de uma memória que ainda vive.

Foto da vida no vilarejo de Seongeup, capturando cenas do cotidiano como as casas tradicionais,.
Foto da vida no vilarejo de Seongeup, capturando cenas do cotidiano como as casas tradicionais,.

As Casas e Suas Histórias

É possível entrar em algumas das casas tradicionais. Por dentro, os espaços são simples, funcionais e surpreendentes — feitas para resistir, para acolher. O chão, de terra ou pedra, os utensílios básicos, os cômodos baixos e sombreados. Em algumas áreas comuns, árvores antigas com copas largas se projetam sobre os telhados. Há uma árvore em especial, tão grande e marcante, que parece fazer parte da própria fundação do vilarejo.

O portão de saída, aliás, é uma imagem que fica: uma estrutura imensa de madeira, parecida com um torii, que não apenas delimita o espaço — marca o fim de uma travessia.

O Cotidiano em Movimento

Ao longo do caminho, é possível ver animais de criação andando livremente: cachorros deitados à sombra, cabras observando o movimento, galinhas ciscando sem receio dos visitantes. Tudo isso compondo uma paisagem humana, real, nada fabricada.

Há um pequeno ponto de venda com produtos locais, como chás, condimentos, doces e até utensílios feitos com pedra vulcânica. Ali, dinheiro local é essencial, pois muitos pontos não aceitam cartões. Também há máquinas de autoatendimento para bebidas e snacks, que só funcionam com notas ou moedas sul-coreanas.

Ritmo, Respeito e Retorno

A visita completa ao vilarejo leva cerca de 1 hora a 1h30, e não exige pressa. Ao contrário: exige pausa. Os caminhos são simples, alguns irregulares, e não me recordo de todo o percurso ser totalmente acessível para cadeiras de rodas. Mas há bancos de pedra, pontos de apoio e sombras constantes — é uma caminhada para olhar com calma.

Na volta ao porto, o grupo segue em silêncio — não por cansaço, mas pela intensidade tranquila de tudo que se viveu. É como se Seongeup pedisse que a gente levasse um pouco de sua paz com a gente.

Vista do trajeto de volta ao porto dos campos floridos em Jeju.
Vista do trajeto de volta ao porto dos campos floridos em Jeju.

Retorno ao Porto: Um Último Olhar Sobre Jeju

O caminho de volta ao porto é quase um segundo passeio. Mesmo com o relógio correndo, é impossível não se deixar capturar pelas paisagens que ainda se desdobram pelas janelas do ônibus. As estradas que cortam a ilha revelam ângulos diferentes do que já vimos: campos abertos, vilarejos discretos, fragmentos de floresta nativa e, com sorte — como foi o nosso caso — uma explosão de amarelo viva e vibrante dos campos floridos de colza.

Essa visão é quase cinematográfica: o amarelo intenso das flores contrastando com o céu claro, o verde das árvores e, de fundo, as formações vulcânicas que sempre nos lembram onde estamos. São essas surpresas no caminho que fazem de Jeju um lugar inesquecível — a beleza aqui não se concentra em um só ponto, ela se espalha.

Apesar de termos gasto mais tempo do que o previsto nos pontos anteriores (quem resiste, não é?), o itinerário do tour normalmente inclui uma parada breve nesses campos floridos quando estão em temporada. É o tipo de paisagem que muda com o mês, com a luz, com o vento — e mesmo quando vista do ônibus, ainda emociona.

A chegada ao porto acontece com uma sensação agridoce: os pés cansados, a câmera cheia, o coração leve. O ônibus encosta, o grupo desembarca, e logo se avista o terminal onde tudo começou. É como fechar um livro bom — com aquela vontade silenciosa de voltar um dia para ler outra vez, com mais calma, cada página viva que a Ilha de Jeju oferece.

Vista da trilha em Seongsang, Jeju.
Vista da trilha em Seongsang, Jeju.

O Clima de Jeju: Um Toque de Frescor e Sol

Minha visita a Jeju aconteceu no mês de março, e o clima, como se pode esperar dessa época do ano, estava agradavelmente fresco quando saímos do porto. O vento cortante do mar coreano estava lá, implacável, mas com aquele frescor que fazia qualquer caminhada mais longa mais agradável. No entanto, conforme o dia avançava, houve momentos em que o calor do sol se fez sentir. O céu azul brilhava forte e aquecia a pele, contrastando com a brisa do oceano. Era como se a ilha estivesse tentando nos mostrar suas várias faces — o frescor da manhã e a energia solar da tarde, todas em sintonia com a natureza viva de Jeju.

O clima de Jeju, por ser mais ameno, é ideal para quem quer explorar sem o calor extremo de outras regiões da Ásia. Mesmo assim, é sempre bom estar preparado, com roupas em camadas, pois a temperatura pode mudar ao longo do dia, e a brisa do mar às vezes fica mais forte, especialmente em áreas mais elevadas.

Jeju: A Ilha em Ascensão nas Rotas de Cruzeiro

Um aspecto que tem se tornado cada vez mais notável é a popularização de Jeju nas rotas de cruzeiros, especialmente entre os navios que fazem percursos pelo Pacífico e Ásia Oriental. Se antes era um destino mais exclusivo e menos explorado, hoje a ilha é um dos pontos principais para quem quer vivenciar a cultura coreana e a beleza natural em um único local.

O crescente número de visitantes de navios de cruzeiro é reflexo de sua infraestrutura bem adaptada para receber turistas, além de sua diversidade de atrações.

Jeju oferece muitas opções para os cruzeiristas: desde suas paisagens vulcânicas e patrimônios da UNESCO até os mercados locais e vilarejos tradicionais. Cada vez mais, ela tem atraído turistas em busca de uma experiência que vai além das grandes cidades da Coreia do Sul, como Seul ou Busan.

O fato de Jeju ser uma ilha com importantes pontos históricos, culturais e naturais a torna uma parada estratégica nas rotas de cruzeiros — o que promete aumento do número de visitantes nos próximos anos. Muitos navios incluem essa parada como parte dos itinerários pelo litoral sul da Coreia e outras áreas do Pacífico.

Portanto, quem visita Jeju hoje, pode ter a sensação de estar em um destino ainda em crescimento, mas ao mesmo tempo, já totalmente preparado para proporcionar aos turistas uma experiência rica e única, com ares de descoberta.

Foto da autora com escultura vulcânica em Jeju.
Foto da autora com escultura vulcânica em Jeju.

Impressões Finais: Jeju Vale Cada Momento

Se Jeju estiver no seu itinerário, não pense duas vezes: faça esse passeio que acabei de te contar. É um daqueles destinos que realmente impressionam — tanto pela natureza como pela cultura, pela organização e pelos detalhes que fazem a experiência ser completa. Cada momento ali é marcante, e ainda que eu estivesse trabalhando durante essa escala, vivi intensamente cada parada do tour.

Em nenhum momento me senti insegura. É um destino bem estruturado, com sinalização em inglês, equipe de apoio nos principais pontos turísticos e uma logística pensada para o fluxo de visitantes, especialmente os que chegam de navio.

No entanto, é importante mencionar que desde 2023 algumas mudanças ocorreram na ilha. Com a política de isenção de visto para certas nacionalidades, houve um aumento na chegada de imigrantes que se estabeleceram por ali. Isso resultou em um leve aumento nos índices de criminalidade, segundo reportagens locais.

Mas de forma geral, Jeju continua sendo um lugar seguro, especialmente para quem está explorando em grupo e dentro de um tour organizado, como foi o meu caso.

É aquele tipo de destino que te surpreende de várias formas — pela beleza, pela história e por tudo que se revela ao longo do caminho. E se você tiver a sorte de visitar Jeju em um dia com os campos floridos, como eu tive, a memória vai te acompanhar para sempre.

Muito obrigada por me acompanhar nessa aventura.
Se Jeju ainda não estava no seu radar, espero que agora tenha ganhado um lugar especial no seu coração viajante — assim como ganhou no meu. E se você já passou por lá, quem sabe esse relato não tenha despertado boas lembranças?

Até a próxima escala.
E, claro, te convido a
continuar navegando pelo blog: tem muito mais mar, histórias e descobertas esperando por você.

“Mesmo trabalhando, senti Jeju. E o que vivi ali — do sopro do vento na cratera vulcânica ao silêncio respeitoso do vilarejo antigo — vai ficar comigo pra sempre.”