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Sihanoukville, Camboja: Do Porto às Ilhas em um Cruzeiro

Descubra Sihanoukville, no sul do Camboja, através de um dia de escala de cruzeiro. Neste artigo, você encontrará informações detalhadas sobre o porto, o centro da cidade em transformação, mercados locais, templos budistas e as praias mais paradisíacas. Saiba como explorar ilhas próximas, lidar com transporte, comunicação e segurança, e aproveite dicas baseadas em experiências reais de viagem. Uma leitura essencial para quem deseja entender o contraste entre a vida urbana e a natureza exuberante deste destino do Sudeste Asiático.

ÁSIACAMBOJASIHANOUKVILLEOCEANO PACÍFICO

The Roaming Purser

9/8/202515 min read

Vista da baía de Sihanoukville com a cidade ao fundo.
Vista da baía de Sihanoukville com a cidade ao fundo.

Por: Elisa Magalhães

Chegar de navio a Sihanoukville é como entrar em dois mundos ao mesmo tempo: o barulho das construções e o aroma salgado do mar misturam-se, revelando uma cidade em transformação e um litoral que ainda guarda cenários paradisíacos. Quem desembarca encontra um destino que tenta conciliar seu passado de atmosfera simples e boêmia com o presente, marcado por cassinos, construções em larga escala e um movimento turístico em transformação. Ainda assim, o mar azul-turquesa, as ilhas vizinhas e os templos budistas locais continuam sendo pontos que encantam qualquer visitante de cruzeiro disposto a explorar além da primeira impressão.

Barcos ancorados no pier de Sihanoukville, mostrando a simplicidade do porto e a beleza natural da baía ao fundo.

Chegada ao porto de Sihanoukville vista do navio, com barcos ancorados e a cidade ao fundo.
Chegada ao porto de Sihanoukville vista do navio, com barcos ancorados e a cidade ao fundo.

Chegada ao porto de Sihanoukville: barcos ancorados, movimentação tranquila e o início da exploração.

A Chegada: O Que Esperar do Porto


O principal ponto de chegada para cruzeiros em Sihanoukville é o Sihanoukville Autonomous Port, localizado no sul do Camboja. Embora seja o porto mais importante para o comércio local, sua estrutura não é turística: áreas industriais, contêineres e caminhões dominam o ambiente. Mesmo assim, é a porta de entrada para explorar a cidade e as ilhas vizinhas.

Para os cruzeiristas, o desembarque geralmente acontece de duas formas:

Tender boats – Na maioria das escalas, especialmente com navios grandes, os passageiros são transportados por tenders (barcos auxiliares) até o píer. O trajeto é rápido e oferece belas vistas da baía, já criando a expectativa de um destino voltado para o mar.

Direto no porto – Alguns navios menores atracam diretamente no Sihanoukville Autonomous Port. Nesse caso, o desembarque acontece em uma área industrial funcional, sem terminais modernos, mas suficiente para iniciar a visita à cidade.

Do píer até a cidade central são cerca de 7 a 8 km, deslocamento normalmente feito em vans de excursão, táxis locais ou tuk-tuks, que ficam à disposição na saída do terminal. Para quem opta por excursões oferecidas pelo navio, o desembarque é mais organizado; para os independentes, é preciso paciência para negociar transporte.

Cidade de Sihanoukville à beira-mar com casas ao fundo.
Cidade de Sihanoukville à beira-mar com casas ao fundo.

Sihanoukville à beira-mar: serenidade e beleza natural se encontram na cidade costeira.

Breve História e a Importância de Sihanoukville

Sihanoukville é relativamente jovem para os padrões do Camboja. Foi fundada em 1955, quando o país decidiu construir seu primeiro e único porto marítimo de águas profundas, vital para conectar a economia cambojana ao mundo. Recebeu o nome em homenagem ao então rei Norodom Sihanouk, figura central da política cambojana no século XX.

Durante décadas, a cidade foi um balneário simples, muito procurado por mochileiros em busca de praias tranquilas e preços acessíveis. Esse perfil começou a mudar a partir de 2010, com a chegada de investimentos chineses em cassinos e hotéis, que transformaram a paisagem urbana. Hoje, Sihanoukville representa uma vitrine da modernização cambojana, mas também levanta críticas pela descaracterização de seu charme original.

No turismo de cruzeiros, a cidade funciona como porta de entrada para as ilhas vizinhas e para experiências culturais rápidas, já que a maior parte dos visitantes passa apenas um dia. Assim, Sihanoukville tornou-se um ponto estratégico para mostrar um recorte do Camboja a quem navega pelo Sudeste Asiático.

Sihanoukville: contraste entre a cidade em expansão e a serenidade da costa.

O Centro da Cidade: Entre Cassinos e Mercados Locais

Ao chegar ao centro, o visitante encontra uma cidade que mistura tradição e modernidade. As ruas principais são dominadas por cassinos, grandes hotéis e obras em andamento. Esse cenário pode surpreender quem espera uma cidade praiana tranquila.

Ainda assim, alguns pontos revelam o cotidiano local e merecem atenção:

  • Mercado Central de Phsar Leu – a cerca de 6 km do porto. É o maior mercado de Sihanoukville, repleto de bancas que vendem frutas tropicais, especiarias como a famosa pimenta do Camboja, roupas e artesanatos. É barulhento, caótico, mas autêntico.

  • Wat Leu Temple – situado em uma colina, a aproximadamente 8 km do porto. Além da atmosfera espiritual e das estátuas budistas, o local oferece uma vista panorâmica da cidade e do mar.

  • Golden Lions Roundabout – a rotatória dos “Leões Dourados” tornou-se um ponto icônico da cidade. Fica a cerca de 10 km do porto e marca a entrada para as praias mais centrais.

Explorar o centro pode ser uma experiência ambígua: por um lado, dá uma ideia real do processo de transformação urbana; por outro, pode frustrar quem busca cenários pitorescos ou traços tradicionais do Camboja.

Templo Wat Leu em Sihanoukville, situado em colina com vista da cidade e do mar
Templo Wat Leu em Sihanoukville, situado em colina com vista da cidade e do mar

Templo Wat Leu: tranquilidade e espiritualidade sobre a colina em Sihanoukville.

Atividades e O Que Fazer em um Dia


Para quem tem apenas algumas horas em Sihanoukville, a organização é fundamental. Eis algumas opções de atividades e a distância média a partir do porto:

Visitar o Wat Leu Temple – (8 km, cerca de 20 minutos de carro). Situado no alto de uma colina, o Wat Leu é muito mais que um ponto turístico: oferece uma imersão na espiritualidade cambojana, com estátuas budistas, santuários e painéis decorativos que refletem séculos de tradição. A subida proporciona vistas panorâmicas da cidade, do litoral e das ilhas próximas, tornando a visita uma experiência que combina cultura, história e natureza em um único passeio. É uma ótima introdução à vida local e ao lado contemplativo de Sihanoukville.

Explorar o Mercado de Phsar Leu – (6 km, 15 minutos). Ideal para compras rápidas e contato com a vida local, entre frutas tropicais, especiarias e artesanato.

Praias centrais (Serendipity ou Ochheuteal Beach) – (10 a 12 km, 25 a 30 minutos). São as praias mais movimentadas, com bares e restaurantes à beira-mar, perfeitas para quem quer sentir o clima turístico da cidade.

Excursão às ilhas Koh Rong ou Koh Rong Samloem – acessíveis por barco a partir do píer turístico, localizado a 30 minutos do porto de cruzeiros. O tempo de travessia até as ilhas é de cerca de 45 a 60 minutos.

Com um dia limitado, é difícil fazer tudo. Normalmente, o visitante escolhe entre mergulhar na cultura e espiritualidade do templo e do mercado ou dedicar-se inteiramente às praias e ilhas. Enquanto o centro urbano impressiona pelo contraste, bastam alguns quilômetros para encontrar a verdadeira face de Sihanoukville: praias que justificam a fama da região.

Depois de explorar o lado cultural e espiritual de Sihanoukville, é hora de se deixar levar pelo que a região tem de melhor: suas praias deslumbrantes e quase intocadas.


Praia de Serendipity em Sihanoukville com areia clara e mar calmo.
Praia de Serendipity em Sihanoukville com areia clara e mar calmo.

Praia de Serendipity, com areia clara e águas calmas, refúgio próximo ao porto de Sihanoukville.

O Verdadeiro Cartão-Postal do Camboja: Praias e Ilhas de Sihanoukville

Sihanoukville é, acima de tudo, um destino de praia. Ainda que o centro esteja tomado por cassinos, basta sair alguns quilômetros para encontrar cenários que justifiquem a fama da região. As praias oferecem águas quentes, em média entre 28 °C e 30 °C, ideais para banho, natação e snorkeling. O mar é geralmente calmo, especialmente durante a estação seca (novembro a abril), com poucas correntes perigosas, tornando o litoral seguro para famílias e visitantes de cruzeiro. Algumas áreas apresentam pequenas ondas que quebram suavemente na areia, criando um efeito quase de “piscina natural”, perfeito para relaxar ou para quem quer se aventurar em esportes aquáticos leves. A areia é fina e branca, e a visibilidade subaquática nas ilhas próximas permite observar recifes de corais e a vida marinha local.

Independence Beach


Uma das poucas praias públicas acessíveis. Localiza-se a cerca de 9 km do porto. Possui um trecho longo de areia, mas a infraestrutura é básica e a limpeza pode decepcionar em comparação com resorts privados. Ainda assim, é uma boa opção para quem quer apenas relaxar sem ir muito longe, aproveitando águas calmas e um ambiente mais tranquilo.

Serendipity Beach e Ochheuteal Beach


As mais populares entre turistas independentes, a cerca de 10 a 12 km do porto. São movimentadas, cheias de bares e restaurantes à beira-mar. Não oferecem a tranquilidade de um paraíso intocado, mas compensam pela facilidade de acesso, mar geralmente calmo e atmosfera animada.

Koh Rong e Koh Rong Samloem


As verdadeiras joias da região. Essas ilhas, acessíveis por barcos rápidos a partir do píer turístico, oferecem areias brancas, águas cristalinas e recifes preservados. Em Koh Rong, praias como Long Set e Sok San são conhecidas pelo visual paradisíaco e pela água transparente, ideal para mergulho e snorkeling. Já Koh Rong Samloem é mais tranquila, com praias de mar calmo, quase sem ondas, ideal para quem busca silêncio e contato mais próximo com a natureza.
O tempo de traslado precisa ser considerado: entre deslocamento até o píer e travessia de barco, calcula-se cerca de 2 horas entre ida e volta. Ainda assim, mesmo algumas horas nessas ilhas valem a pena para quem prioriza o contato com o mar.

Para quem deseja ir além das praias centrais e descobrir os cenários quase intocados da região, é hora de planejar como explorar as ilhas vizinhas, considerando deslocamento, embarque e tempo disponível.

Barcos ancorados em Serendipity Beach, Sihanoukville, com colinas verdes ao fundo
Barcos ancorados em Serendipity Beach, Sihanoukville, com colinas verdes ao fundo

Pier de Serendipity, ponto de partida para explorar as ilhas de Sihanoukville.

Como Explorar as Ilhas a Partir de Sihanoukville

Para quem chega a Sihanoukville em um cruzeiro, a decisão sobre como aproveitar a escala é essencial: com poucas horas disponíveis, é praticamente impossível conhecer tudo, então é preciso escolher entre se dedicar à cidade ou às praias e ilhas vizinhas. O destino exige planejamento: as ilhas mais paradisíacas não ficam próximas ao porto e demandam deslocamento, logística e atenção ao horário do navio.

Os barcos para Koh Rong e Koh Rong Samloem não saem diretamente do terminal de cruzeiros. É necessário percorrer cerca de 30 minutos de carro até o Serendipity Pier (ou Ochheuteal Pier), ponto oficial de embarque para essas ilhas, usando táxis locais, vans de excursões privadas ou transfers previamente organizados.

Onde pegar os barcos

Os barcos para Koh Rong e Koh Rong Samloem não partem diretamente do terminal de cruzeiros. É necessário percorrer cerca de 30 minutos de carro até o Serendipity Pier (ou Ochheuteal Pier), o ponto oficial de embarque. Esse trajeto pode ser feito de táxi local, van de excursão privada ou transfer previamente organizado pelo navio ou agência de turismo.

Tipos de embarcação

  • Barco rápido (speed ferry):

    • Travessia: 45 minutos a 1 hora até as ilhas.

    • Indicado para cruzeiristas com tempo limitado, pois otimiza a permanência na ilha.

    • Barcos fechados, com assentos e geralmente equipados com coletes salva-vidas.

  • Barco lento (slow boat):

    • Travessia: 1h30 a 2h.

    • Mais econômico, mas consome praticamente metade do dia, sendo pouco recomendado para quem precisa voltar ao navio no horário certo.

Tempo total envolvido
Considerando deslocamento terrestre + ferry rápido:

  • Ida: 30 minutos (porto → píer) + 45 minutos (travessia) = ~1h15

  • Volta: mesmo cálculo = ~1h15

  • Permanência efetiva na ilha: cerca de 3 a 4 horas, dependendo do horário do “last tender” do navio, que normalmente acontece por volta das 17h.

Custo aproximado

  • Ferry rápido: US$ 25 a 30 ida e volta por pessoa

  • Transfers terrestres: US$ 10 a 15 por carro (tuk-tuks mais baratos, porém menos confortáveis)

Vale a pena?
Sim, desde que o cruzeirista esteja disposto a organizar bem o tempo. O prêmio é chegar a praias quase intocadas, como Long Set Beach (Koh Rong) ou Saracen Bay (Koh Rong Samloem), que oferecem o cenário clássico do Sudeste Asiático: areias brancas, águas cristalinas e sensação de isolamento — algo que já não existe nas praias centrais de Sihanoukville.


Passeio de barco em Sihanoukville com vista do mar e ilhas ao redor
Passeio de barco em Sihanoukville com vista do mar e ilhas ao redor

Explorando Sihanoukville de barco, com o mar azul e ilhas próximas ao horizonte.

Explorando as Ilhas: Por Conta Própria ou com Excursão do Navio

Ao chegar em Sihanoukville, os cruzeiristas se deparam com uma decisão crucial: explorar as ilhas por conta própria ou optar por uma excursão organizada pelo navio. Cada escolha oferece experiências distintas, com vantagens e desafios específicos.

Excursão do navio: conforto e praticidade

  • Transporte incluído: vans ou transfers levam os passageiros do porto até o píer oficial (Serendipity ou Ochheuteal), de onde parte o barco para as ilhas. A volta também está organizada, respeitando o horário do “last tender” (~17h).

  • Guias locais: excursões geralmente incluem guias que explicam detalhes culturais e naturais das ilhas, facilitando a experiência.

  • Custo do barco: o valor do transporte marítimo costuma estar incluído no pacote da excursão.

  • Bebidas e alimentação: excursões longas, com mais de 6 horas de duração, muitas vezes oferecem lanches, água e bebidas, evitando preocupações com logística e tempo limitado.

  • Vantagem principal: o passageiro não precisa se preocupar com horários, transporte ou negociações, podendo aproveitar o dia de forma mais relaxada e segura.

Explorando por conta própria: liberdade e planejamento


Para quem prefere organizar o passeio sozinho, a experiência exige atenção redobrada:

  • Logística terrestre e marítima: é necessário contratar tuk-tuks, táxis ou vans para chegar ao píer, e negociar o barco até a ilha.

  • Horário limitado: considerando uma escala típica das 8h às 17h, o passageiro deve calcular deslocamentos de ida e volta, travessia de barco (45–60 minutos no ferry rápido) e tempo útil na ilha (~3–4 horas).

  • Custos separados: o valor do barco rápido, transfers e possíveis lanches ou bebidas devem ser pagos individualmente.

  • Autonomia e ritmo: o visitante define quanto tempo ficará em cada praia, mas precisa monitorar rigorosamente o horário de retorno, já que perder o “last tender” significa não conseguir voltar ao navio.

  • Desafios: negociar preços, lidar com informações limitadas e planejar a travessia do mar, incluindo segurança e possíveis condições de vento ou swell, torna a experiência mais intensa, mas também mais gratificante para quem busca aventura e flexibilidade.

Escolher entre excursão organizada ou passeio independente em Sihanoukville é decidir entre conforto e segurança ou liberdade e autonomia. Para uma escala curta, geralmente entre 8h e 17h, é fundamental considerar o tempo de deslocamento, travessias e o horário do último tender, garantindo que o dia nas ilhas seja aproveitado sem imprevistos.

Seja organizando cada passo por conta própria ou confiando na excursão do navio, é fundamental também estar atento à segurança, comunicação e transporte durante a escala em Sihanoukville.

Panorama do porto de Sihanoukville com a cidade ao fundo, entre o mar e o céu.
Panorama do porto de Sihanoukville com a cidade ao fundo, entre o mar e o céu.

Porto de Sihanoukville com a cidade ao fundo, mostrando a chegada dos navios e a vida costeira.

Comunicação em Sihanoukville

Quem chega de navio a Sihanoukville deve se preparar para limitações de comunicação. O Wi-Fi no porto e nas ilhas é instável, então ter mapas offline e apps de tradução ajuda bastante. Os Chips locais funcionam apenas dentro do Camboja, e o roaming internacional é caro; confirme seu pacote antes de embarcar.

O inglês básico geralmente basta para negociar passeios, transporte e refeições, mas apps de tradução offline podem ser úteis. Aplicativos de transporte, como Grab, podem falhar; muitos passageiros preferem negociar diretamente com tuk-tuks.

O last tender sai geralmente às 17h, então mantenha o relógio em dia. Leve equipamentos de fotografia carregados e reservas feitas, já que em algumas praias e ilhas é difícil conseguir serviços rapidamente. Calling cards também podem ser uma opção econômica para ligar ao Brasil caso o WhatsApp não funcione.

Barco de passeio ancorado na areia em Sihanoukville, pronto para levar visitantes às ilhas próximas.
Barco de passeio ancorado na areia em Sihanoukville, pronto para levar visitantes às ilhas próximas.

Barco local ancorado na areia, mostrando a simplicidade de Sihanoukville sob o clima perfeito da estação.

Clima e Temporada de Cruzeiros

Os cruzeiros que incluem Sihanoukville geralmente partem de Hong Kong ou Singapura, visitando também destinos no Sudeste Asiático, como Tailândia e Vietnã. A região apresenta duas estações bem distintas:

  • Estação seca (novembro a abril): dias ensolarados e quentes, com temperaturas médias entre 28 °C e 33 °C, e mar relativamente calmo — ideal para desembarques de tender e atividades nas ilhas. Dezembro e janeiro costumam ser os meses mais agradáveis.

  • Estação das monções (maio a outubro): chuvas intensas, umidade alta e mar agitado. Durante esse período, escalas podem ser suspensas ou a operação de tenders limitada por questões de segurança.

O mar é de baixa profundidade e, normalmente, não apresenta correntes perigosas, mas ondas fortes e redemoinhos podem ocorrer durante a monção em algumas praias. A água mantém temperaturas entre 28 °C e 30 °C ao longo do ano, tornando snorkeling e mergulho possíveis sempre que o mar estiver calmo.

Com o clima e a melhor época de cruzeiros em mente, é importante também considerar a segurança e os cuidados práticos durante a escala em Sihanoukville.

Estátuas dos Leões Dourados, símbolos do centro de Sihanoukville e guardiãs da cidade.

Segurança em Sihanoukville


A percepção de segurança em Sihanoukville mudou bastante nos últimos anos, acompanhando a rápida transformação da cidade. Dados de relatos de turistas e notícias locais mostram que, embora incidentes graves contra visitantes sejam raros, a atenção continua necessária, especialmente em escalas de um dia de cruzeiro.

Área portuária e centro:
A zona do porto não é perigosa, mas é caótica e pouco organizada, o que pode gerar desconforto. No centro, a presença de cassinos e construções ligadas a investidores estrangeiros trouxe grande fluxo de trabalhadores. Embora casos de violência contra turistas sejam incomuns, há relatos de golpes e preços inflacionados para quem chega apenas por algumas horas. É recomendável negociar valores de tuk-tuk ou táxi antes de embarcar para evitar surpresas.

Praias próximas à cidade:
Durante o dia, as praias mais centrais são relativamente seguras, embora movimentadas e cercadas por urbanização intensa. À noite, é melhor evitar deslocamentos, já que bares e cassinos podem tornar o ambiente desconfortável.

Ilhas (Koh Rong e Koh Rong Samloem):
Essas ilhas oferecem um ambiente bem mais tranquilo e voltado ao turismo. O maior risco está no mar, especialmente em dias de vento ou chuva, que podem tornar a travessia instável.

Cuidados gerais:

  • Evitar exibir objetos de valor;

  • Atenção redobrada no desembarque de tender, onde áreas podem ser confusas;

  • Levar dinheiro já trocado (USD ou Riel) para não depender de caixas eletrônicos;

  • Evitar deslocamentos longos sozinho após o pôr do sol.

Para quem chega de navio, o cenário é claro: o maior risco não está na violência urbana, mas sim na logística do desembarque, no trânsito intenso e na travessia marítima até as ilhas. Seguindo essas orientações, a escala em Sihanoukville pode ser segura e proveitosa.

Cena típica do centro de Sihanoukville, com trânsito de bicicletas e tuk-tuks.
Cena típica do centro de Sihanoukville, com trânsito de bicicletas e tuk-tuks.

Trânsito vibrante no centro de Sihanoukville, onde bicicletas e tuk-tuks mostram o ritmo cotidiano da cidade.

Conclusão

Sihanoukville é um destino de cruzeiro que provoca reações distintas. A cidade em si, tomada por cassinos e construções, pode decepcionar quem espera autenticidade cultural imediata. No entanto, os mercados, os templos e, sobretudo, as ilhas vizinhas oferecem experiências que justificam a parada aqui.

E, após compartilhar a beleza do porto, preciso registrar um incidente sério que vivenciamos durante nossa escala, como alerta a futuros visitantes.

Nota Pessoal ⚓

Esse é um porto que sempre esteve no topo da minha lista para explorar — meu objetivo era conhecer o Wat Leu, o templo mais famoso da cidade. No entanto, ao chegar aqui, nosso navio enfrentou uma tragédia. Antes de escrever este artigo, pensei muito se mencionaria o que aconteceu, e decidi registrar em tom de alerta, não de choque.

Durante o retorno do tender para o navio, uma passageira idosa sofreu um grave acidente quando a gangway se desprendeu devido às fortes correntes marítimas, causando sua queda ao mar. Dois tripulantes ainda tentaram socorrê-la, mas infelizmente ela não sobreviveu. Para toda a equipe envolvida e para nós do front desk, foi uma escala extremamente difícil, exigindo atenção contínua às operações a bordo e apoio aos passageiros que presenciaram a tragédia. Caso queira saber mais, o acidente foi noticiado na mídia cambojana e em jornais ingleses, e está disponível no Google. Você também encontrará registros de outros incidentes semelhantes envolvendo embarcações neste porto.

Apesar disso, Sihanoukville merece ser lembrada pelas suas belezas naturais e culturais. Meu conhecimento sobre o porto vem da assistência que dei aos hóspedes nas excursões, nas recomendações de segurança antes do desembarque e até nos testemunhos de contratempos de quem enfrentou negociações difíceis com tuk-tuks. Foi um destino marcante, mas também um dos mais tristes que vivenciei no mar.

Se você vier até aqui um dia, deixo um conselho sincero: tenha muito cuidado com a travessia de tender, desembarques e passeios de barco, pois o mar na região pode apresentar ventos e correntes que tornam tudo mais arriscado.

Vale lembrar que a moeda preferida local é o dólar americano, mas nem sempre haverá troco disponível — carregar notas pequenas ou trocar com antecedência no porto ajuda a evitar contratempos durante o dia.

Obrigada por acompanhar até aqui! Se curtiu conhecer este porto comigo, não perca as próximas escalas — explore outros destinos da Ásia logo abaixo